Proibido não tocar: museus e espaços na UFV que promovem a Popularização da Ciência

27 de julho de 2017


Desmistificar o saber científico é uma das maneiras pelas quais a universidade pode se aproximar e dar retorno do que produz à sociedade. Podemos observar esta tarefa sendo realizada na relação entre Extensão Universitária e Popularização da Ciência, tema da série de matérias que o Projeção Virtual publica ao longo deste mês. No primeiro texto (disponível aqui) você pode saber mais sobre Popularização da Ciência. No segundo texto da série (disponível aqui), você pode conhecer os projetos Jovem Cientista e Química em Ação, e no texto anterior (disponível aqui) apresentamos a Troca de Saberes. Neste texto, apresentamos o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef e a Sala Mendeleev.

A educação regular é, em muitos casos, limitada no que diz respeito a Popularização da ciência. A forma em que foram concebidas suas metodologias e o currículo básico priorizam o conhecimento dos professores e os conteúdos dos livros-texto em relação a uma participação mais ativa dos alunos. Por isso, cada vez mais são utilizados espaços que chamem a atenção do público infantil e adolescente para aprender além da sala de aula.

Longe serem lugares parados no tempo, os doze museus e espaços de ciência da Universidade Federal de Viçosa têm buscado uma linguagem mais acessível e próxima para dialogar com o público e atrair mais visitantes. Os museus têm assumido novas concepções e estratégias e se tornado uma ferramenta a mais na formação de estudantes, além de também promoverem uma aproximação das pessoas em geral com a ciência, através da união entre o passado histórico e a atualidade.

O Horto Botânico, o Herbário VIC e a Mata da Biologia, por exemplo, apresentam dinâmicas e atividades lúdicas sobre biodiversidade e educação ambiental – como você pode conhecer neste texto do Projeção Virtual.

Outro espaço é o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef (MCTAD), que nasceu com a intenção de socializar, organizar e conservar uma coleção de rochas e minerais que já existia no Departamento de Solos da antiga ESAV (Escola Superior de Agronomia e Veterinária). Hoje, o MCTAD (localizado na casa 31 da Vila Gianetti) se organiza em três eixos temáticos: o primeiro compreende as dinâmicas e processos do nosso planeta, como terremotos e vulcões; o segundo fala sobre o uso econômico dos recursos minerais e os impactos desta relação; o terceiro trata da conservação dos solos e da natureza.

O acervo do MCTAD contempla exemplares de rochas e minerais de todo o país, amostras de diferentes tipos de solo, painéis informativos ilustrados, quadros pintados com tintas derivadas do solo e outros objetos que auxiliam nas visitas guiadas e nos projetos educativos que promove: educação em solos e meio ambiente para estudantes de escolas públicas, cursos de capacitação para professores, exposições itinerantes, oficinas e minicursos para o público geral.

Na intenção de tirar o caráter estático do Museu e criar algo mais lúdico, o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef também tem um espaço com amostras para manuseio dos visitantes. Cristine Carole Muggler, atual curadora do MCTAD, conta que “existe uma demanda atual para os museus se modernizarem e trazerem espaços interativos. Então, a gente cria um espaço com diversos tipos de solo e coloca uma placa “Proibido não tocar”, porque solos é uma coisa que você só conhece se você toca. Isso causa um estranhamento, porque é o oposto do que se pensa de um museu”. Cristine também afirma que as visitas guiadas e oficinas também precisam ter hoje uma abordagem diferenciada: “o Museu tem as figuras dos monitores, mas eles estão sempre interagindo, fazendo perguntas. Eles dialogam o tempo inteiro com o público, com roteiros de discussão”.

A Sala Mendeleev, localizada no segundo andar do Edifício das Licenciaturas, em frente à capela da UFV, também tem se tornado um auxílio para educadores. O local, batizado em homenagem ao principal cientista responsável pela classificação periódica dos elementos, é um modo lúdico de conhecer a história da tabela periódica e como ela foi organizada. Para isso, os monitores utilizam um laboratório onde ocorrem experimentos, com o objetivo de demonstrar as propriedades físicas dos elementos químicos e reações possíveis entre eles.

A Sala também conta com uma tabela periódica de grandes proporções (três metros de largura e dois de altura) com uma repartição para cada elemento estável da natureza. Dentro dela, estão guardadas fotos dos cientistas responsáveis pela descoberta do elemento químico, informações sobre ele, um pequeno exemplar do próprio elemento (se possível, já que alguns elementos são radioativos) e objetos derivados dele. Para Lana, uma das monitoras da Sala Mendeleev, isso é interessante porque “muita gente não sabe do que são feitos objetos comuns do dia a dia delas, como um cosmético, um produto de beleza, um material de limpeza… Na tabela gigante e no texto da visita, a gente colocou objetos comuns, cotidianos, para os visitantes notarem como a química está em todo lugar”.

As visitas de grupos escolares ao Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef e à Sala Mendeleev devem ser agendadas previamente. Para saber mais, visite a página da Secretaria de Museus e Espaços de Ciência da UFV.

MCTADw

Parte do acervo de rochas e minerais do Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef